Ocorreu mais uma ocupação de favela no Rio de Janeiro para a instalação de uma nova UPP - Unidade de Polícia Pacificadora. Tal operação, denominada Choque de Paz, que ocupou as favelas da Rocinha, do Vidigal e
da Chácara do Céu na madrugada deste domingo, terminou com resultados
modestos em prisões e apreensões. Especialmente sendo uma área que por décadas foi o centro do tráfico e do crime organizado.
Registre-se que a Rocinha, situada na Zona Sul do Rio, entre os bairros
da Gávea e São Conrado, considerada a maior favela da América Latina, é o
principal centro de refino da pasta básica de coca no Rio, na produção
da cocaína, além de importante centro de comércio do ecstasy, uma droga
sintética muito consumida nas chamadas festas ‘rave’. Já se perdeu a
conta, inclusive, dos laboratórios de refino de cocaína encontrados pela
polícia naquela localidade nos últimos anos.
A realidade é que, com a pacificação da Rocinha, o progressivo
caminho da pacificação e da possibilidade do resgate da cidadania e
definitiva inclusão social de moradores de outras comunidades, ainda
oprimidos pelo terror das armas de guerra, torna-se mais viável, desde
que obviamente se transforme, no futuro, numa autêntica política de
estado, não mais de governos. É muito otimismo porém imaginar, num
primeiro momento, que o traficante Nem, mesmo que transferido com seus
principais asseclas, para penitenciária de segurança máxima fora do
Estado, deixe repentinamente, ainda que a distância, de exercer forte
influência naquela comunidade, que dominou até então. Foram longos anos
de terror e opressão imposto aos habitantes do local que pelo medo devem
continuar lhe pagando “pedágios” pelos bens e serviços ali existentes.
Obviamente que não se deve também imaginar, no início de um processo
de tamanha transformação no comando do controle de suas vidas
cotidianas, que moradores do local se livrem rapidamente do medo de
represálias do tráfico. As sequelas e o pavor ficam como consequentes
traumas. Nem continuará pois, através de bandidos que restaram de sua
hoje despedaçada fração de 'soldados do tráfico', tentando fazer uso de
sua influência no local. Só o tempo dará àquela comunidade e a outras já
pacificadas no Rio a crença definitiva no poder legal do Estado. Um
tempo de adaptação que não será curto, com toda certeza.
A outra importante conclusão, face aos episódios que ora
antecederam à ocupação da Rocinha é que a era do “mitos do tráfico” e de
maus policiais parece que começa a chegar ao fim. Conclui-se também que
não há mais, no Rio de Janeiro, áreas inexpugnáveis, de exclusão à ação
das forças de segurança. A sociedade, por sua vez, clama e quer
acreditar em uma polícia confiável. A consolidação da UPP na Favela da
Rocinha será, portanto, o mais duro golpe até hoje desferido na
estrutura econômica do narcotráfico no Rio e uma vitória para a
sociedade. A Unidade de Polícia Pacificadora é a estratégia de
segurança, um remédio atípico para uma criminalidade atípica como a do
Rio, que faltava para possibilitar a invasão social em redutos dominados
pelo tráfico.
Para os que consomem a droga e alimentam a violência, financiando
indiretamente os fuzis do tráfico, fica a reflexão de que drogas não
agregam valores sociais positivos. É um perigoso caminho, muitas vezes
sem retorno, que pode levar à destruição humana. A possibilidade futura
da almejada paz social no Rio, com a implantação da UPP da Rocinha,
torna-se agora consistentemente viável. Não há dúvida.
Estaremos atentos e não vamos tolerar:
- invasão da casa de moradores sem mandado judicial;
- abordagem policial truculenta;
- agressões, espancamentos e execuções sumárias;
- prisões arbitrárias, feitas sem qualquer prova;
- extorsão e roubo feita por grupos de policiais criminosos.
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